Depois da eliminação da Copa do Mundo, o futebol brasileiro vivencia mais um capítulo da sua trajetória trash, protagonizado agora pelo goleiro Bruno, do Flamengo. Muitos adjetivos podem descrever essa situação, mas vou usar aqui um muito simples: lamentável.
É lamentável que um ídolo de uma grande torcida seja indiciado como mandante de um crime bárbaro, cruel e hediondo. Especialmente quando, em pouco mais de seis meses, ele é o terceiro jogador do atual clube campeão brasileiro a ganhar destaque no noticiário policial como acusado.
Mais lamentável ainda é saber que não é a primeira vez que um jogador do futebol brasileiro é acusado – e preso – pela morte de alguém. Quem não se lembra do caso Edmundo, em 95? Sem falar nos incontáveis casos de prisões por falta de pagamentos de pensões alimentícias – que nesse contexto chegam a ser irrelevantes.
Toda essa movimentação de ídolos nas delegacias é mais um sintoma da lamentável crise que vive o futebol brasileiro. Além de tudo o que já se falou sobre a gestão do esporte nos últimos 20 anos, os nossos jogadores são cada vez menos atletas e cada vez mais artistas de um show de horrores – dentro e fora de campo.
É bem verdade que o futebol nunca foi um esporte jogado só por bons meninos. Entretanto, até a década de 70, era possível apontar os bad boys da bola no Brasil. Mas, lamentavelmente, a minha geração cresceu vendo seus ídolos – e clubes – envolvidos em escândalos policiais.
E é lamentável que a gente acabe achando “normal” essa lógica invertida que se estabeleceu no Brasil. Enquanto ficamos aqui fazendo graça da nossa desgraça, os clubes europeus se profissionalizaram e ganharam status no cenário mundial da bola. Isso explica o êxodo de nossos craques e o retorno de alguns que não se adaptam à rotina de atleta exigida no Velho Continente.
O Brasil só não perdeu mais prestígio porque temos o dom natural do futebol e ainda somos um dos maiores celeiros de craques do mundo (senão o maior). Mas com os resultados recentes da nossa seleção e a lamentável situação do futebol por aqui esse jogo pode virar a nosso desfavor.
A Copa de 2014 é a chance de assegurar nosso lugar de direito. Mas enquanto a administração do futebol no Brasil não for profissional, clubes e atletas jamais o serão. Por isso, reforço o coro da torcida mais uma vez: #ForaRicaroTeixeira!
Em tempo: é lamentável que esse assunto tenha mais relevância do que a semi-final da Copa do Mundo…
nnnn
Wagner Barbosa 23:28 on 11/07/2010 Permalink |
Milton Leitte diria:
“Que belêêêêêêêêza” ! hehehehehe